19 de agosto de 2013

Encerramento das Festas Agosto reúne centenas em Montes Claros

Grupos folclóricos se unem nesta grande festa de mais de 200 anos.
Músicas e cores mudaram as ruas do Centro da cidade.

Nicole MelhadoDo G1 Grande Minas
Músicas das Festas de Agosto têm origens indígenas e africanas (Foto: Nicole Melhado / G1)Músicas das Festas de Agosto têm origens indígenas e africanas (Foto: Nicole Melhado / G1)


















Eles são pessoas simples, trabalhadores da construção civil, carroceiros, aposentados, mas durante as Festas de Agosto se transformam nas principais referências do orgulho de ser montes-clarense e protagonistas da manutenção de uma tradição secular.

Os grupos folclóricos de Montes Claros, Catopês, Marujos e Caboclinhos, saem dos bairros da periferia para desfilar nos cortejos dos reinados de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e do império do Divino Espírito Santo. Neste domingo (18) todos esses príncipes, soldados e súditos da cultura e tradição sertaneja se uniram para o encerramento dessa grande festa de cor, rítimo e fé, que transforma as ruas da cidade.
Mestre Zanza tira fotos com moradores e turistas
(Foto: Nicole Melhado / G1)
Mestre Zanza tira fotos com moradores e turistas (Foto: Nicole Melhado / G1)São seis grupos dançantes, três de catopês, o de Nossa Senhora do Rosário é comandado pelo mestre Zanza, que dos 80 anos de vida, 76 dedicou  a essa tradição. O aposentado da construção civil, que preside a associação desses grupos folclóricos, vive dias de celebridade nessa época do ano, são muitas entrevistas e fotos.

“Eu já fui mais bonito, mas ainda querem me fotograr”, brinca. A beleza do capacete, com penas, pedras e fitas, chama a atenção. Mestre Zanza  conta que ele mesmo confecciona seus adereços, e um capacete como esse não sai por menos de R$ 500. “Tem que ter mesmo muita dedicação e amor pelo que se faz”, completa o mestre.
Cantos diferentes encontram harmonia nas Festas de Agosto (Foto: Nicole Melhado / G1)Cantos diferentes encontram harmonia nas Festas
de Agosto (Foto: Nicole Melhado / G1)
Para o poeta e ator Aroldo Pereira, este é um encontro de pessoas que celebram  a forma e o jeito de ser montes-clarense. “É um diálogo também que proporciona aos pensadores, artistas, estudantes e antropólogos beberem melhor dessa formatação tanto do norte-mineiro quanto do ser brasileiro”, salienta.

As Festas existem há cerca de 200 anos, uma manifestação religiosa tradicional indígena e afrocultural, que eram feitas em épocas diferentes, mas por decisão dos mestres foram reunidas para serem celebradas sempre na segunda quinzena de agosto.

Mas durante todo o ano, os grupos tentam manter viva a tradição em visitas às escolas e em participações em eventos culturais em outras cidade e estados. “Apresentamos durante o ano para manter viva essa cultura. Aqui é possível ver diferentes gerações. É uma tradição passada de pai para filho, alguns começam a desfilar com três anos”, conta a servidora da Secretaria de Cultura Maria de Fátima.

Como nos início de suas histórias, os grupos se mantém com a ajuda da comunidade, apesar do apoio oficial da prefeitura.“Realmente nos últimos seis anos, os grupos têm passado por dificuldades, falta um compromisso maior, com uma verba certa estipulada para este fim”, diz  Aroldo Pereira.
Entrada da Igreja Matriz de Montes Claros (Foto: Nicole Melhado / G1)Entrada da Igreja Matriz de Montes Claros (Foto: Nicole Melhado / G1)

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